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Cometa visível no céu de Pato Branco e região a partir do dia 23 de julho de 2020.
O denominado C/2020 F3 (NEOWISE), é terceiro cometa descoberto no ano de 2020, mais precisamente em 27 de março. Este já é considerado um dos cometas mais brilhantes dos últimos 7 anos[1] . Um fenômeno realmente incrível e belo para todos amantes da Astronomia.
Foi visto pela primeira vez por um telescópio espacial da NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço), cujo nome é NEOWISE, integrando assim parte do nome oficial dado ao referido cometa[2]. A maior proximidade do C/2020 F3 (NEOWISE) com a Terra está prevista para o dia 23 de julho de 2020, quando estará a 103 milhões de quilômetros de distância[3] . Ele demora cerca de 6.765 anos para completar sua órbita (Imagem 1).
Imagem 1: Órbita do Cometa C/2020 F3 (Neowise) em relação a órbita da Terra. O NEOWISE, até agora, estava visível apenas ao Hemisfério Norte. No Brasil, pode ser visto a partir do dia 20 de julho na região Norte do país. No Paraná estará visível a partir do dia 23 de julho (quinta-feira). Sua visualização em todo o território nacional será possível a partir do dia 26 de julho de 2020 (Imagens 2 e 3)[5].
A observação do cometa será possível antes do amanhecer do Sol e logo após o início da noite. Lembre-se de procurar um local de baixa luminosidade com um horizonte livre na direção Noroeste e leve consigo, caso tenha, um binóculo, um telescópio ou câmera fotográfica com tripé, para evitar trepidações, além de configurá-la para o modo noturno. Recomenda-se que seja realizado um teste anterior a todo este processo.
Para identificá-lo, basta localizar a constelação de Ursa Maior. O cometa estará situado nela e gradualmente passará ao seu limite com a de Cães de Caça e Cabeleira Berenice. Caso não consiga encontrar, basta baixar aplicativos no smartphone como o Sky Safari que possui instalação gratuita, e no qual consta a trajetória do C/2020 F3. No entanto, é necessário ter em mãos um smartphone com bússola para facilitar a procura e direcionamento.
Imagem 2: Posição do Cometa C/2020 F3 (Neowise) no céu de Pato Branco no dia 25 de julho.
Fonte: stellarium.orgImagem 3: Posição do Cometa C/2020 F3 (Neowise) no céu de Pato Branco no dia 25 de julho.
Fonte: stellarium.orgA magnitude do NEOWISE, atualmente é de 3,3, e está aumentando devido ao seu distanciamento do Sol, com isso deve-se aproveitar a escuridão e o tempo com a menor quantidade de nuvens possível para observá-lo, pois seu brilho está diminuindo. Vale ressaltar que quanto maior a magnitude, menor o brilho.
Então, aproveite esse presente do céu, escolha um local alto e com pouca luminosidade, olhe para a direção Noroeste bem baixo no horizonte e desfrute dessa oportunidade rara.
Referências bibliográficas:
[1] O cometa ‘mais brilhante dos últimos 7 anos’ que pode ser visto a olho nu da Terra. BBC, 10 julho. 2020. Brasil. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral53361661#:~:text=%22Um%20cometa%20de%20repente%20se,no%20final%20da%20semana%20passada.%22. Acesso em: 18 julho. 2020
[2] C/2020 F3 NEOWISE. Rea Brasil, 2020. Disponível em: http://www.rea-brasil.org/cometas/2020f3.htm. Acesso em: 18 julho. 2020
[3] Comet C/2020 F3 (NEOWISE). The Sky. Disponível em: https://theskylive.com/c2020f3-info. Acesso em: 19 julho. 2020
[4] The Sky Live,2020. Disponível em: https://theskylive.com/3dsolarsystem?obj=c2020f3. Acesso em: 19 julho. 2020
[5] GATTIS, Nina. Acompanhe a passagem do cometa Neowise em live neste sábado. Olhar Digital, 17 julho. 2020. Disponível em: https://amp.olhardigital.com.br/ciencia-e-espaco/noticia/assista-a-passagem-do-cometa-neowise-em-live-deste-sabado-18/103678. Acesso em: 18 julho. 2020
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Observe o Cometa NEOWISE no final de julho
O cometa C/2020 F3 NEOWISE foi descoberto em 27 de março de 2020 pela NASA com sua sonda espacial NEOWISE (Near-Earth Object Wide-field Infrared Survey Explorer).
Trata-se de um cometa retrógrado, e que já passou pelo seu periélio (maior proximidade ao Sol) no dia 3 de julho de 2020, a 0,29 UA (43 milhões de km) do Sol.
Ele está se afastando do Sol e tornando-se menos luminoso, embora se aproxime da Terra, passando mais perto dela em 22-23 de julho, a 0,69 UA (103 milhões de km).
Até a última semana de julho, o cometa NEOWISE não estará visível do Brasil, somente da Europa, Ásia e costa nordeste da América do Norte.
A partir de 27 de julho, o cometa poderá ser visualizado do Brasil ao anoitecer, a olho nu, porém cada vez menos brilhante.
Ainda, em 7 de agosto, o cometa NEOWISE estará situado próximo aos cometas C/2017 T2 Pan-STARRS e C/2019 U6 Lemmon, numa área de 10 graus no limite das constelações de Cabeleira de Berenice e Boieiro.
Para mais informações sobre a luminosidade do Cometa NEOWISE, visite: http://www.rea-brasil.org/cometas/2020f3.htm.
Para saber mais sobre a órbita e a localização, visite: https://www.heavens-above.com/comet.aspx?cid=C%2F2020%20F3&lat=0&lng=0&loc=Unspecified&alt=0&tz=UCT -
Captura de “Fuel Dump” do foguete chinês Long March 3B
Vinícius Ceccon – Agrimensura/GEAstro, UTFPR-PB
Tina Andreolla – DAFIS/GEAstro, UTFPR-PB
Marcelo Zurita – BRAMON
Luzardo Júnior – GEDAL
Renato Cassio Partronieri – BRAMON/Astrocan
Miguel Fernando Moreno – GEDAL/MCTL-UELPor vezes, quando dedicamos nossa atenção ao céu noturno, observando suas estrelas, planetas e efemérides, ocorre-nos sentimentos de contemplação e descoberta. Nestas noites, podemos nos deparar com objetos intrigantes, muitas vezes meteoros, e mais raramente OVNIs (Objetos Voadores Não-Identificados) com aparência e movimento incomuns. Na noite de 22 de junho de 2020, enquanto fazia astrofotografia, me deparei com tal situação.
Na astrofotografia, utilizamo-nos de diversos equipamentos, como teléscopios, lentes, câmeras, tripés e montagens, para capturar cenários do céu noturno. Nesta noite, eu utilizava uma montagem equatorial com motorização no eixo de AR (Ascensão Reta), e uma DSLR (Canon Rebel SL2) com uma lente 18/55mm f/4.0-5.6. A Figura 1 apresenta o equipamento utilizado para as capturas.
Figura 1: Equipamento utilizado. Fonte: Autoria própria. Entre as 18:00h e as 23:30h, na região rural do município de Verê/PR, eu imageava uma região próxima ao plano da Via-Láctea chamada de Complexo de Nuvens Rho Ophiuci, que envolve a estrela gigante Antares. Para esta foto, obti aproximadamente 100 fotos de longa exposição (90s cada fotograma), combinando-as para formar uma única imagem, divulgada na Figura 2.
Figura 2: Aglomerado de Nuvens Rho Ophiuci. Fonte: Autoria própria. Após terminar essa longa sessão de fotografias, eu estava prestes a guardar meu equipamento quando notei um objeto pouco luminoso e relativamente grande ao Oeste, na direção do pôr do Sol. Como conhecia tal região do céu, que faz parte da Constelação de Corvus, eu sabia que não se tratava de um objeto comum. Com pouca bateria restante em minha câmera, resolvi imagear esse objeto.
Figura 3: Primeira imagem do objeto desconhecido. Fonte: Autoria própria. Após visualizar essa imagem, fiquei extremamente curioso com a natureza desse objeto. Antes que a bateria da câmera acabasse, consegui obter duas séries de imagens: 10 imagens de 10s cada, em 18mm de distância focal; e 10 imagens de 6s cada, em 55mm (mais aproximada).
Animação 1: Combinação das 10 imagens sequenciais obtidas em 55mm. Fonte: Autoria própria, via GIPHY.
Depois de guardar meu equipamento, realizei uma análise das coordenadas e do movimento desse objeto, até então desconhecido. Primeiramente, realizei o que se chama de image solving, ou resolução da imagem, em que um software identifica o padrão das estrelas e outros objetos encontrados na imagem, para então anotar as suas posições. O produto dessa identificação é exposto na Figura 4.
Figura 4: Imagem com posições anotadas. Fonte: Autoria própria. A partir da Figura 4, pude calcular, por meio de estrelas próximas, as coordenadas celestes (Ascensão Reta e Declinação) do objeto, assim como sua velocidade angular no decorrer das duas séries de imagens. Esses resultados são apresentados na Tabela 1.
Tabela 1: Variação das coordenadas celestes nas imagens. Fonte: Autoria própria. Expresso em graus, o deslocamento angular durante os 03 minutos e 48.60 segundos de observação foi de, aproximadamente, 8.3 ° em Ascensão Reta, e 0.6 ° em Declinação. Dessa forma, a velocidade angular calculada para esse objeto foi de 0.00365 °/s, ou 2.19 arcmin/s. Como utilizaram-se coordenadas celestes, o movimento aparente devido à rotação terrestre não interfere nesse cálculo.
Portanto, foram diversas as características incomuns desse objeto. Sua velocidade angular era relativamente alta, e seu tamanho angular era mais de duas vezes o tamanho da Lua Cheia, o que é raro de se observar em efemérides. Também, como era visível a olho nu, caracteriza-se como mais luminoso que o normal. O mais marcante, entretanto, era que a direção da “cauda” do objeto apontava para a mesma direção que o seu movimento.
Após compartilhar as imagens com o GEAstro, grupo de Astronomia da UTFPR – Câmpus Pato branco, a professora Tina Andreolla, que coordena as atividades do grupo, contatou diversos colegas da área para obter mais informações.
Utilizando-se das coordenadas calculadas da imagem, e do auxílio de diversos colaboradores da área, como integrantes do GEDAL (Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina), da BRAMON (Brazilian Meteor Observation Network, ou Rede Brasileira de Observação de Meteoros) e de Michael Thompson, especialista em Dinâmica Orbital e Astronáutica da Universidade de Purdue nos Estados Unidos, descobrimos que o objeto era relacionado ao foguete Longa March 3B, foguete chinês que levava o último satélite artificial da constelação BeiDou, que fornecerá serviços mundiais de GNSS.
A estrutura observada nas imagens é resultante de uma prática chamada Fuel Dump, ou alijamento de combustível, na qual um dos estágios do foguete libera o combustível líquido remanescente, evitando possíveis acidentes ou explosões em órbita.
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Brincando e aprendendo sobre Astronomia e Astronáutica
O GEAstro (Grupo de Estudo, pesquisa, extensão e inovação em Astronomia) da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) – Câmpus Pato Branco, tem o prazer em anunciar que nos próximos dias estará divulgando por meio de suas redes sociais e canais de comunicação, atividades lúdicas voltadas ao ensino da Astronomia e Astronáutica, para serem reproduzidas pelas crianças em conjunto com suas famílias. A principal intenção do GEAstro com esta ação é proporcionar às famílias ferramentas para realizarem atividades de fácil compreensão e execução, com materiais de baixo custo, contribuindo para o aprendizado de seus filhos de forma divertida e dinâmica, ampliando as opções de acesso a atividades, principalmente nesse período de aulas suspensas.
Esta atividade faz parte do projeto “Divulgando Astronomia através das Mídias Digitais” o qual é voltado a facilitar a comunicação, estudo, ensino e acesso a informação sobre as Ciências Espaciais. Além de divulgar e despertar o gosto pela Ciência, em especial a Astronomia.
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